11 Nov, 11

O setor produtivo tem estado presente no debate que envolve as grandes problemáticas da sociedade goiana. O índice de crescimento do Estado está hoje entre os maiores dentre as unidades federativas brasileiras, mas os desafios vêm crescendo quase que na mesma proporção.

Por isso mesmo, é preciso agir. E rapidamente.Foi dentro dessa perspectiva que em setembro do ano passado a Ademi deliberou pela criação de um organismo em sua estrutura, que pudesse se apresentar proativamente nesse cenário de desafios e oferecer uma contribuição concreta e eficaz. A trajetória vem dando resultado. Ao longo desse seu primeiro ano de vida, o Instituto Cidade vem debatendo com as representações da sociedade organizada toda essa problemática que hoje impacta a vida das pessoas nos municípios da Região Metropolitana de Goiânia.

Da discussão à prática. No começo desta semana, inseridos entre as entidades integrantes do Fórum da Engenharia Goiana e somado ao Fórum das Entidades Empresariais de Goiás, nos reunimos com nossos senadores e deputados federais, num proveitoso café-da-manhã na Fieg.Fizemos ali uma exposição clara das preocupações do setor empresarial, tendo em resposta a determinação dos parlamentares ali presentes de um trabalho integrado, suprapartidário, focado unicamente no bem maior da população.

As demandas são inúmeras. As mais debatidas nas nossas entidades são o Aeroporto de Goiânia e a mobilidade urbana. Estão aí os gargalos mais expressivos que insistem em ser obstáculos para o nosso desenvolvimento. Com ênfase na exposição desses temas, o Fórum da Engenharia e o Fórum das Entidades Empresariais receberam uma injeção de ânimo pela disposição manifestada pelos parlamentares para essa união de forças em favor da causa maior: a qualidade de vida da população.

Desta reunião saímos bem entusiasmados. Diante da complexidade dos problemas - burocracia, licitações falhas, excesso dos agentes reguladores e fiscalizatórios, escassez e contingenciamento de verbas, dentre outros - foi tacitamente assumido o compromisso de uma integração de forças, para que os gargalos sejam removidos.

Na questão do Aeroporto, por exemplo, temos um foco duplo: a continuidade de imediato das obras paralisadas, projeto este que se já estivesse executado estaria insuficiente para a atual demanda; na remodelação do aeroporto atual, e o projeto de um novo aeroporto. Um novo aeroporto, sim, é uma necessidade. E ele será realidade se houver a vontade política, pois já propusemos um projeto com duas pistas de 3,5 mil metros, o que daria condições para pousos de vôos internacionais, numa nova logística do interesse do País, pois Goiânia, pela proximidade geográfica, é a primeira alternativa de Brasília.

Goiânia precisa de um "novo Anel Viário", passando fora de seu limite urbano (uma obra para o governo federal), e para a conclusão do "antigo" Anel Viário de Goiânia, com os devidos ajustes no traçado primitivo. Realizações em que precisam se somar as ações dos poderes nos níveis federal, estadual e municipal: a construção do desvio da BR, que sai de Aparecida e vai até o Posto da Polícia Rodoviária na saída para Anápolis (uma obra para o governo federal), e deste ponto até a rodovia que liga Inhumas (uma obra para o governo local); e o trecho entre a saída de Inhumas e a fábrica da Eternit (obra municipal).

Já há a concordância entre o Dnit, governo e prefeitura, assim como do Ministério Público. Mas faltam ações práticas, por exemplo, a firmação de um TAC com o Ministério Público Federal, para que o contrato da obra seja considerado pelo TCU como "regular", e assim ser enquadrada dentro do PAC, e com isso, ter condições de receber dotação de recursos da União.

No plano da mobilidade urbana são três as prioridades: implantação de VLT no Eixo Anhanguera, prioridade nos planos do governo estadual para Goiânia; BRT no Eixo Norte Sul, o ônibus rápido que vai dar a fluidez que não existe hoje; e BRS nas vias alimentadoras, cujo protótipo da solução ideal está sendo neste momento implantado na cidade, no que é o chamado Corredor Universitário.

Tudo isso tem viabilidade concreta, pois os projetos estão contemplados no PAC da Mobilidade, devidamente aprovados pela esfera do Ministério de Cidades.

Os problemas estão aí, mas já se vislumbram as soluções. Faltava esse pacto, agora firmado entre o setor produtivo e a representação política de Goiás. Podemos fortalecer a esperança de que as melhorias vão vir, pela vontade de realizá-las. Não tem nada de sonho aí. Tudo é um grande desafio, que pode ser vencido. A hora é agora.

ILÉZIO INÁCIO FERREIRA é presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás e do Instituto Cidade. É também Diretor Presidente da Consciente Construtora.

Jornal O Popular, Goiânia, dia 12 de novembro de 2011.